/VERNANT – Os gigantes e as ninfas

VERNANT – Os gigantes e as ninfas

Os gigantes e as ninfas:

“Do sangue da ferida de Urano nascem, junto com as Erínias, os Gigantes e as Melái, ou Ninfas, dessas grandes árvores que são os freixos. Os Gigantes são essencialmente guerreiros, personificam a violência bélica: desconhecendo a infância e a velhice, são eles, a vida inteira, adultos na força da idade, dedicados à luta, com gosto pela batalha mortal. As Ninfas dos Freixos – as Melíadas – também são guerreiras, e também têm vocação para o massacre, pois o bosque de lanças das quais se servem os guerreiros durante o combate é justamente o das árvores onde elas habitam. Assim sendo, das gotas do sangue de Urano nascem três tipos de personagens que encarnam a violência, o castigo, o combate, a guerra, o massacre. Um nome resume aos olhos dos gregos essa violência: é Éris, conflitos de todos os tipos e de todas as formas, ou discórdia dentro de uma mesma família, no caso das Erínias.”

Jean-Pierre Vernant, “A Terra, o Espaço, o Céu” In: O Universo, os Deuses, os Homens – os mitos gregos contados por Jean-Pierre Vernant. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.