“Para os partidários da eunomia, a equidade é introduzida nas relações sociais graças a uma conversão moral, a uma transformação psicológica da elite: em vez de procurar poder e riqueza, os ‘melhores’ são formados por uma paideia filosófica para não desejar ter mais (pleonectein), mas ao contrário, por espírito de generosa liberalidade, para dar aos pobres que, por seu lado, se encontram na impossibilidade material de pleonectein. Assim as classes baixas são mantidas na posição inferior que lhes convém, sem sofrer entretanto nenhuma injustiça. A igualdade realizada permanece proporcional ao mérito.”
Jean-Pierre Vernant, As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977. p.69.