/GIDDENS – Viver na modernidade é se sentir em um carro de Jagrená

GIDDENS – Viver na modernidade é se sentir em um carro de Jagrená

  1. A imagem do carro de Jagrená:

“uma máquina em movimento de enorme potência que, coletivamente como seres humanos, podemos guiar até certo ponto mas que também ameaça escapar de nosso controle e poderia se espatifar. O carro de Jagrená esmaga os que lhe resistem, e embora às vezes ele pareça ter um rumo determinado, há momentos em que ele guina erraticamente para direções que não podemos prever. A viagem não é de modo algum inteiramente desagradável ou sem recompensa; ela pode com frequência ser estimulante e dotada de esperançosa antecipação. Mas, até onde durarem as instituições da modernidade, nunca seremos capazes de controlar completamente nem o caminho nem o ritmo da viagem. E nunca seremos capazes de nos sentir inteiramente seguros, porque o terreno por onde viajamos está repleto de riscos de alta-consequência. Sentimentos e segurança ontológica e ansiedade existencial podem coexistir em ambivalência.”

GIDDENS,Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991. p.140.