VI – A NOVA ELITE E A EXTRATERRITORIALIDADE GARANTIDA À FORÇA “a libertação em relação ao ‘físico’, uma nova imponderabilidade do poder. As elites viajam no espaço e viajam mais rápido do que nunca – mas a difusão e a densidade da rede de poder que elas tecem não dependem dessa viagem. Graças à nova ‘incorporeidade’ do poder na sua forma sobretudo financeira, os detentores do poder tornam-se realmente extraterritoriais, ainda que corporeamente estejam ‘no lugar’. (…) “suas casas e escritórios supervigiados, eles próprios extraterritoriais, livres da intromissão de vizinhos importunos, isolados do que quer que se possa chamar de uma comunidade local, inacessíveis a quem quer que esteja (ao contrário deles) a ela confinado.” Os poderosos, agora, só precisam: “isolar-se da localidade” (…) “uma condição de ‘não vizinhança’, de imunidade face a interferências locais, um isolamento garantido, invulnerável, traduzido como ‘segurança’ das pessoas, de seus lares e playgrounds. A desterritorialização do poder anda de mãos dadas, portanto, com a estruturação cada vez mais estrita do território.”
Bibliografia:
BAUMAN,Zygmunt [1999] Globalização: as consequências econômicas.Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor.Capítulo 1: “Tempo e Classe”, pp.13-33.