A VOLTA DO POEMA DE HOJE
Se eu tivesse que apontar as 7 qualidades necessárias a uma professora ou professor, diria que são a curiosidade (que leva a aprender), a humildade,a generosidade, a capacidade de comunicação, a paciência, a criatividade e a sensibilidade.Não há nada que amplie mais a sensibilidade do que a poesia, por isso vou começar a publicar aqui um poema por dia, aquilo que há dois anos eu chamei de “Poema de hoje”.
Lá vai o primeiro:
POEMA DE HOJE
Tom Jobim dizia que fazer sucesso no Brasil é um crime imperdoável, uma verdadeira ofensa. O autor do poema que se segue está tendo uma carreira bem sucedida, a meu ver merecidamente, como ator e roteirista.
Sabe aquela hora que você olha para a multidão e pensa: quem são essas pessoas, qual é a história de cada uma, o que elas passaram até agora, o que estão pensando? É o nosso momentinho breve de compaixão universal. Em que entendemos que eles são como nós e nós como eles. O poema que se segue é sobre isso:
na rua mena barreto passa uma avó
que nunca teve netos por um feirante
que não se casou e dá olá de longe
para um apontador do jogo do bicho
que perdeu a mãe de trombose e todos
seguem carregando suas tristeza
dentro de sacolas de plástico
Gregório Duvivier, no livro Ligue os pontos, poemas de amor e big bang