/ROSIANA 074 – A presença de elementos do imaginário da cavalaria em Grande sertão: veredas

ROSIANA 074 – A presença de elementos do imaginário da cavalaria em Grande sertão: veredas

‘Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de sobregoverno. Fato que Joca Ramiro também igualmente saía por justiça e alta política, mas só em favor de amigos perseguidos; e sempre conservava seus bons haveres.’ (GSV)
“O ‘par-de-frança’ ao lado do ‘sertão nosso’, na mesma frase, mostram o livre trânsito entre a matéria e a matéria imaginária neste romance.” (51)
“A presença de elementos do imaginário da cavalaria no Grande Sertão: Veredas, já assinalada e examinada nos ensaios pioneiros de Cavalcânti Proença e Antonio Candido, não é apenas algo posposto com o objetivo de dignificar a matéria e operar uma contribuição a mais para a mitologia do cangaço. A preocupação de entender a razão de ser dessa presença levou-me à identificação de uma verdadeira ‘célula ideológica’, que passo a descrever.” (52)
GALVÃO, Walnice Nogueira.
(1972) As formas do falso. Um estudo sobre a ambiguidade no Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Editora Perspectiva. pp. 51-52.