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GIDDENS – A modernidade e o controle dos meios de violência

A quarta dimensão institucional da modernidade: o controle dos meios de violência

“O poder militar foi sempre um traço central das civilizações pré-modernas. Naquelas civilizações, contudo, o centro político nunca foi capaz de assegurar apoio militar estável e tipicamente não conseguiu garantir um controle monopolizado dos meios de violência dentro de seus territórios. A força militar das autoridades governantes dependia de alianças com príncipes ou senhores da guerra locais, que tendiam sempre ao rompimento com ou ao desafio direto aos grupos governantes.

O monopólio bem-sucedido dos meios de violência dentro de fronteiras territoriais precisas é específico do estado moderno. Como o é igualmente a existência de vínculos específicos com o industrialismo permeando as organizações militares e os armamentos à sua disposição. A ‘industrialização da guerra’ muda radicalmente o caráter desta, introduzindo uma era de ‘guerra total’ e mais tarde a era nuclear.”

(…)

[articulação com a vigilância]

O monopólio bem-sucedido dos meios de violência por parte dos estados modernos repousa sobre a manutenção secular de novos códigos de lei criminal, mais o controle supervisório de ‘desvios’. O exército se torna uma retaguarda relativamente remota da hegemonia interna das autoridades civis, e as forças armadas em sua maior parte ‘apontam para fora’ em direção a outros estados.”

GIDDENS,Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: UNESP, 1991. pp.63-65.