Histórias do Alvito A FRALDA DE PANO E A DITADURA DIGITAL Devo me mudar em breve. Entrei em contato com o síndico do prédio onde moro no momento, é um sujeito boa praça, faz o…
O ENGANO DE RUY CASTRO, O HISTORIADOR CARCEREIRO…
Quando as cartas começaram a se aproximar de 1960 a onda de tristeza foi se erguendo na alma. Sabia o ano em que elas iriam cessar. O fio da vida de Guimarães Rosa seria cortado…
PRAÇA DA LIBERDADE MA NON TROPPO
Amo Minas Gerais. Não somente o sertão, mas também Belo Horizonte. Num canto da Praça da Liberdade, espantei-me com a existência de dois prédios: um é o MEMORIAL MINAS-VALE. Infelizmente, só me vem…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 6 – SÃO…
DIÁRIO DO SERTÃO - DIA 6 SÃO FRANCISCO, A CIDADE Parti de Urucuia antes do sol nascer. O burrinho pedrês iria enfrentar seu desafio maior: setenta e três quilômetros de estrada de terra.…
HISTÓRIAS DO ALVITO – AINDA PULSA
AINDA PULSA Três jovens historico-sociologicamente negros do Complexo do Alemão invadem o vagão do metrô empunhando... violinos... Não satisfeitos, tocam de forma impecável um techo de Vivaldi subjugando violentamente o coração da plateia encantada. Antes…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 5 – O SERTÃO…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 5 O SERTÃO É DO TAMANHO DO MUNDO Não sei se o Urucuia é o centro do mundo. Para um rosiano, de qualquer forma, o rio é o centro do sentido…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 4 – DOMINGÃO EM…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 4 DOMINGÃO EM URUCUIA Na noite anterior, precisava caminhar um pouco depois de me empanturrar de iscas de peixe e batatas fritas. Segui pela avenida principal (e única) da cidade e…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 3: NO URUCUIA,…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 3 NO URUCUIA, APRENDENDO COM CARI Da primeira vez que estive diante do rio Urucuia, viajando com meus amigos Gustavo e Yan, logo me banhei em suas águas. Foi o…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 2: “URUCUIA? PRAZER.…
DIÁRIO DO SERTÃO - DIA 2: “URUCUIA? PRAZER. MEU NOME É JÉSSICA” (Andrequicé – Urucuia) Dormi bem na Pousada de Dona Olga. Aos oitenta anos ela ainda faz a cama dos hóspedes e cuida para…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 1: “SERTÃO: É…
DIÁRIO DO SERTÃO - DIA 1: “SERTÃO: É DENTRO DA GENTE” (Rio - Andrequicé) Grande sertão: veredas é um livro feito de viagens, ou de travessias, como prefere dizer o velho fazendeiro que narra a…
MIRAGENS ROSIANAS
MIRAGENS ROSIANAS Marcos Alvito O maior amigo do homem é o freio de mão. É o que você aprende ao chegar de carro a Belo Horizonte. Sair das retas filosóficas do sertão para o freia-e-anda…
HISTÓRIAS DO ALVITO – A dama da rua
Sim, ela vive na rua. Uma senhora negra, alta, um olhar atento e um riso prestes a brotar. Nunca a vi bebendo ou com aquela aparência de alheamento causado por drogas, pelo desespero ou pelos…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Opium
Era um rapaz de vinte anos. Para o amor, um menino. Tímido, desajeitado, sem confiança. Cabelos compridos e coragem diminuta. Reincidia em paixões platônicas, desfrutando da segurança proporcionada pelos amores impossíveis. Em festas, tinha que…
HISTÓRIAS DO ALVITO – O padeiro implacável
Moro em Santa Teresa, em uma rua que pode mudar da calma de uma cidade do interior para um caos de carros, motocicletas e ônibus. Para apreciar o carnaval, basta ficar à janela vendo passar…
Confissões de um viciado
Não é o que vocês estão pensando. Mas é. Álcool nunca foi o meu forte. Cerveja? Para agradar os amigos. Vinho? Um copo ou dois em ocasiões especiais. Cachaça? Em Minas, nas trilhas do Grande…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Cornolândia
HISTÓRIAS DO ALVITO - Cornolândia Escrevo no dia 25 de dezembro, mas esta não é uma história natalina, as galhadas aqui não são de rena. Jamais consegui contar essa história, talvez por não…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Conto de Natal
HISTÓRIAS DO ALVITO - Conto de Natal Foi um Natal diferente. Estávamos na casa da minha irmã e do meu cunhado, à época morando em Vitória. Não sei quem teve a ideia, mas depois da…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Três meninos
WANDERSON nasceu no Morro da Pedreira. De pequeno montava e desmontava os brinquedos que ele mesmo fazia com os materiais à disposição, os pedaços de cobre e ferro que seu pai catava nas ruas, os…
O JOGO DOS SETE ERROS
O JOGO DOS 7 ERROS 1. Acreditar no carisma e na infalibilidade do Grande Líder. 2. Tratar os aliados como inimigos e os inimigos como aliados. 3. Acreditar saber o que o povo pensa e…
Histórias do Alvito – POR ONDE COMEÇAR
POR ONDE COMEÇAR Dizem quem não há o que fazer. Que tudo acabou. Que não resta esperança. Mas bastaria olhar nos olhos dos rapazes e moças do Pré-Vestibular da Redes da Maré para perceber que…
Histórias do Alvito – É MELHOR QUEIMAR TUDO
É MELHOR QUEIMAR TUDO Há mais de vinte anos eu peguei um táxi em Salvador e escutei, bestificado, o motorista a dizer que deveriam destruir todo o Pelourinho e substituir por prédios modernos. Para ele…
PEQUENO SER
Vejo um pequeno ser na padaria. Alheio a bolos, pães, sonhos, doces variados e até a chocolate, só tinha olhos para um pedaço de metal com luzes brilhantes. Ele era aquilo que antigamente se chamava…
Histórias do Alvito – Dois copos e um…
DOIS COPOS E UM HOMEM A mancha humana recheada de carne espalhava-se sobre a parte que lhe cabia neste latifúndio, a calçada de pedrinhas portuguesas. Suas unhas cobertas de sujeira eram longas e pontudas, combinando…
HISTÓRIAS DO ALVITO – SEM DESTINO
SEM DESTINO A cena final de Easy Rider. Um par de motoqueiros cruza a América ao som de Bob Dylan (It’s alright, Ma, I am only bleeding). Dois caipiras numa caminhonete resolvem se divertir caçando…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Os três lados da…
OS TRÊS LADOS DA MOEDA Cena 1. Metrô vindo da Zona Sul na direção da Tijuca. Seis rapazes aparecem no vagão. Cinco são histórico-sociologicamente negros, um, histórico-sociologicamente branco, o mais baixinho e atarracado, os outros…
HISTÓRIAS DO ALVITO – Saudades do Zé
SAUDADES DO ZÉ Apolo, um enorme pastor alemão de pelo brilhante, olhava para o seu dono com curiosidade. Afinal, nunca vira o gajo fazer aquilo: levantar a mão para ele. O cão indagava o que…