“O único que escapa, não às origens de classe, mas a essa motivação, é Medeiro Vaz, este sim saído diretamente do plano dos ideais para o plano do rigor histórico deste romance.” Afinal, Medeiro Vaz abandona posses e riquezas, põe fogo na própria fazenda para perseguir o dever de implantar a justiça em um sertão onde havia banhos de sangue. (65)
Medeiro Vaz “entra na dimensão daquilo que, depurado pelos séculos e pelo desconhecimento, formando uma espécie de Idade de Ouro moral localizada no passado, associou-se progressivamente ao anseio por ideais éticos mais altos e mais abstratos, longe da esfera dos negócios. Medeiro Vaz vem a ser o único cavaleiro andante (versão moderna) deste romance, sem um deslize, sem uma motivação menor, nem o poder, nem o interesse privado, nem a política, nem a aliança de dominação.” (66)
“Alguma vez terá uma personagem de ficção saído para impor a justiça, com verossimilhança e sem ridículo, a partir de Dom Quixote? O próprio narrador acentua, prudentemente, que dessa raça de homens não existem mais.” (66)