“Em outras ocasiões, Riobaldo eventualmente pratica a poesia, sempre seguindo o modelo da canção de Siruiz.” (81)
“Aqueles primeiros versos de sua autoria, ele mesmo os esqueceu; mas, mais tarde, faz outros – e cita-os na narração – com o propósito de dar continuidade à canção de Siruiz. (…) Muito depois, Riobaldo, já chefe de bando, compõe ainda mais outros versos, que o bando todo canta. Às voltas com seus problemas e preocupações, já pactário, recorre naturalmente à criação literária para expressar-se: ‘Mas eu tinha conseguido encher em mim causas enormes. Dispor do rôr daquilo eu não conciliava, conforme perseguia, custoso, vermelho meu. Somente quis, nem podia dizer aos outros o que queria, somente então uns versos dei, que se puxaram, os meus, seguintes.'” (82)
GALVÃO, Walnice Nogueira.
(1972) As formas do falso. Um estudo sobre a ambiguidade no Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Editora Perspectiva.