E também afirma ter outro instrumento do letrado, a memória: 'Assim é que digo: eu, que o senhor já viu que tenho retentiva que não falta, recordo tudo da minha meninice.' E mais: 'Mire veja: sabe por que…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 5 – O SERTÃO…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 5 O SERTÃO É DO TAMANHO DO MUNDO Não sei se o Urucuia é o centro do mundo. Para um rosiano, de qualquer forma, o rio é o centro do sentido…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 4 – DOMINGÃO EM…
DIÁRIO DO SERTÃO: DIA 4 DOMINGÃO EM URUCUIA Na noite anterior, precisava caminhar um pouco depois de me empanturrar de iscas de peixe e batatas fritas. Segui pela avenida principal (e única) da cidade e…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 3: NO URUCUIA,…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 3 NO URUCUIA, APRENDENDO COM CARI Da primeira vez que estive diante do rio Urucuia, viajando com meus amigos Gustavo e Yan, logo me banhei em suas águas. Foi o…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 2: “URUCUIA? PRAZER.…
DIÁRIO DO SERTÃO - DIA 2: “URUCUIA? PRAZER. MEU NOME É JÉSSICA” (Andrequicé – Urucuia) Dormi bem na Pousada de Dona Olga. Aos oitenta anos ela ainda faz a cama dos hóspedes e cuida para…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 1: “SERTÃO: É…
DIÁRIO DO SERTÃO - DIA 1: “SERTÃO: É DENTRO DA GENTE” (Rio - Andrequicé) Grande sertão: veredas é um livro feito de viagens, ou de travessias, como prefere dizer o velho fazendeiro que narra a…
MIRAGENS ROSIANAS
MIRAGENS ROSIANAS Marcos Alvito O maior amigo do homem é o freio de mão. É o que você aprende ao chegar de carro a Belo Horizonte. Sair das retas filosóficas do sertão para o freia-e-anda…
ROSIANA 083 – Os catrumanos e a visão…
"O sertão comparece, neste romance, como o substrato que fundamenta a fabulação ficcional. A partir daí, e desenvolvendo os caminhos possíveis, o escritor chega até a vislumbrar, receoso, um rumo de transformação assustador. Em bela…
ROSIANA 082 – As crônicas e os costumes…
"Voltando à História: as crônicas do sertão, e particularmente da região do São Francisco, fornecem muito material ao escritor. Seja nos resumos que faz, citando nomes e topônimos, das proezas sangrentas dos coronéis daquela zona;…
ROSIANA 081 – Medeiro Vaz, o Dom Quixote…
"O único que escapa, não às origens de classe, mas a essa motivação, é Medeiro Vaz, este sim saído diretamente do plano dos ideais para o plano do rigor histórico deste romance." Afinal, Medeiro Vaz…
ROSIANA 080 – Zé Bebelo, homem da ordem…
"Mas, muito mais importante que as datas, jamais claras, e mérito de grande escritor, é a encarnação em personagens de romance do próprio processo político de consolidação nacional levado a cabo em sua última parte…
ROSIANA 079 – Rosa evita datar o enredo…
Guimarães evita datar o enredo, ao falar, por exemplo, que Diadorim nascera 'Em um 11 de setembro da era de 1800 e tantos...', mas pelo menos permite datar aproximadamente o presente da narração: "Em meio…
ROSIANA 077 – O livro que mais impactou…
"o texto que mais se alastrou pelo sertão e mais vida e popularidade teve, foi a História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França - Seguida da de Bernardo del Carpio que…
ROSIANA 076 – Também a tradição popular sertaneja…
"Outro nível, bem diverso, é o da tradição popular sertaneja. Não que este nível seja inteiramente desligado do outro - afinal, os valores dominantes são os valores da classe dominante -; mas é compreensível e…
ROSIANA 075 – O primeiro nível: a tradição…
"Como passo inicial, importa distinguir dois níveis. O primeiro é o da tradição letrada, que, em estudos, crônica, história e ficção, pratica a analogia entre jagunço e cavaleiro andante, latifúndio e feudo, coronel e senhor…
ROSIANA 074 – A presença de elementos do…
'Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando por lei, de sobregoverno. Fato que Joca Ramiro também igualmente…
ROSIANA 073 – Para que serviam os jagunços
'Tudo política, e potentes chefias!': essa a matéria vertente que constitui a vida de Riobaldo, o jagunço. Membro de um grupo armado a serviço de senhores de oposição ao governo no momento, partilha a condição…
ROSIANA 072 – O grupo dominante só poderia…
"Uma vez instalado no poder municipal, o grupo dominante só poderia ser retirado pela força ou por intervenção governamental (atuação do Poder Moderador no Império e das 'salvações' durante a República Velha), já que o…
ROSIANA 071 – O quadro político-eleitoral dos municípios:…
"Ao nível do município, o mecanismo de poder político-eleitoral era o seguinte: em cada município havia um agrupamento de senhores que encarnavam a 'situação' e outro agrupamento de senhores que constituía a oposição. Nada os…
ROSIANA 070 – O grupo armado do coronel…
"O grupo armado, portanto, continua exercendo a mesma função, a de garantir pela força o poder pessoal, com uma ampliação agora: a intimidação do eleitorado e a baderna em dia de eleição. Os tumultos eleitorais,…
ROSIANA 069 – No Brasil rural, cada célula…
Quando havia uma aliança entre senhores, os jagunços ainda continuavam sendo liderados por seu chefe, não havia fusão e sim superposição das tropas, cada um obedecia ao seu capitão. "Cada chefe - fazendeiro e home…
ROSIANA 068 – As peculiaridades do povoamento: pequenos…
"As peculiaridades do povoamento - feito em unidades econômicas constituídas em propriedades rurais - resultaram na formação de pequenos núcleos, isolados uns dos outros, onde a autoridade suprema era o senhor." (...) "os objetivos defensivos…
ROSIANA 067 – A imensa massa de sujeitos…
'Jagunço é isso. Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase que tudo para ele é o igual. Nunca vi. Para ele a vida já está assentada: comer, beber, apreciar mulher, brigar, e…
ROSIANA 066 – O homem livre e pobre…
"Destituído de formas organizatórias e institucionais que regulamentem suas relações com os demais homens, os conflitos, por mínimos que sejam, só podem ser resolvidos mediante a violência." Como diz Maria Sylvia de Carvalho Franco: 'Em…
ROSIANA 065 – O homem livre pobre depende…
"A área em que se move é a área das relações pessoais e contingentes, seja com seus companheiros de destino, seja com os poderosos dos quais depende: 'jagunço não é muito de conversa continuada nem…
ROSIANA 064 – O lugar do homem livre…
Seu lugar é precário, por não ser necessário à atividade produtiva básica e central e porque mesmo na pecuária extensiva a pouca necessidade de braços e a facilidade de substituí-los o colocam numa posição de…