“Saad Eskander, diretor da Biblioteca e do Arquivo Nacional do Iraque depois da queda de Saddam Husseim, atribui a inédita vitória da seleção iraquiana na Copa da Ásia, em 2007, nas condições mais improváveis, reunido curdos, sunitas e xiitas, à extraordinária capacidade aglutinadora do futebol e ao técnico brasileiro Jorge Vieira, que se tornou indiscutivelmente mais popular no país do que o presidente e o primeiro-ministro. Trata-se de um caso extremo entre aqueles, apontados por Hobsbawm, em que uma seleção nacional de futebol estabeleceu, ‘pela primeira vez uma identidade nacional independente das identidades locais, tribais e étnicas.”
José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pp. 23-24.