/WISNIK – “permanecerá nos próximos tempos o rito internacional da Copa do Mundo, que fez do futebol o teatro das nações, ou será esvaziado e banalizado ‘a cada dois anos’, em favor de campeonatos globalizados de clubes europeus com jogadores trazidos dos celeiros periféricos do mundo?”

WISNIK – “permanecerá nos próximos tempos o rito internacional da Copa do Mundo, que fez do futebol o teatro das nações, ou será esvaziado e banalizado ‘a cada dois anos’, em favor de campeonatos globalizados de clubes europeus com jogadores trazidos dos celeiros periféricos do mundo?”

“Incidindo sobre o nó da economia e da cultura, essa ‘centelha de gênio’ esquizofreniza, de certa forma, os apreciadores, divididos entre o apelo da expressão local e a mundialização futebolística, e converge para um núcleo litigioso. A título de sintoma: permanecerá nos próximos tempos o rito internacional da Copa do Mundo, que fez do futebol o teatro das nações, ou será esvaziado e banalizado ‘a cada dois anos’, em favor de campeonatos globalizados de clubes europeus com jogadores trazidos dos celeiros periféricos do mundo? Vingará ainda o estado de exceção das nações reunidas ou se imporá a realidade mais básica de que as nações são ficções que modulam os jeitos de se tomar Coca-Cola?”

José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 25.