“(…) creio ser louco e perigoso isolar a mentalidade nas estruturas históricas, mas é preciso também dar-se conta de que a mentalidade é ela própria constitutiva de um sistema histórico e que dentro deste sistema ela é um elemento que pesa muito em relação à problemática do acontecimento. Não é muito difícil pensar ou encontrar realmente sociedades nas quais a mentalidade seja anti-acontecimental. É óbvio que nessas sociedades negar-se-á a ‘realidade’ do acontecimento e qualquer relação com a mudança, cujas origens acabarão por isso mesmo por ser procuradas em outros sítios.”
LE GOFF,J.Reflexões sobre a História. Lisboa:Edições 70. página 28.