“Eis pois o historiador chamado a prestar suas contas. Não se aventurará a fazê-lo sem um pequeno estremecimento interior: qual o artífice, envelhecido no ofício, que nunca perguntou a si mesmo, com o coração apertado, se fez uso avisado de sua vida? Mas o debate ultrapassa largamente os pequenos escrúpulos de uma moral corporativa. Está nele interessada toda a nossa civilização ocidental.
Porque, no que difere de outros tipos de cultura, ela sempre contou muito com a sua memória. Tudo a inclinava a isso: a herança cristã, como a herança antiga.”
Marc Bloch. Introdução à História. Lisboa: Europa-América, 1976.