A história da memória nos lembra que os historiadores não são os donos da verdade histórica
“Portanto a história da memória é um excelente exercício crítico – e um exercício permanente – sobre o próprio ofício do historiador, muito diferente de qualquer pretensão à normatividade. Ela permite resistir a essa outra ilusão nefasta que consiste em acreditar que os historiadores são os depositários da verdade histórica: ao recolocar a história erudita em seu lugar, ao ser forçado a reconhecer que nenhum historiador jamais escapa às indagações do seu tempo, inclusive quando escreve uma história da memória – como se vê pela escolha dos temas mais frequentemente estudados nessa nova tendência historiográfica -, ele reafirma energicamente que a história pertence sobretudo àqueles que a viveram e que ela é um patrimônio comum que cabe ao historiador exumar e tornar inteligível aos seus contemporâneos.”
(página 98)
ROUSSO,Henri. “A memória não é mais o que era” In: MORAES,M. & AMADO,J. (Orgs.) Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV,1998.2.ed.