MIRE E VEJA
Banhista (1966), David Hockney (1937)
Acrílico sobre tela, 183 x 183 cm, Museu Ludwig, Colonia
Pop art ou arte pós-moderna? Os críticos têm dificuldade em classificar “O banhista”, mas não há dúvida de que há aqui uma mistura de estilos. O quadro pode ser dividido em duas partes. Na parte de cima, bem menor, temos a pedra mármore sobre a qual o banhista, nu e de bruços, estendeu sua toalha. O contraste entre o corpo bronzeado e atlético e a parte mais alva da pele sem dúvida cria uma tensão homoerótica. Esta parte superior do quadro é praticamente naturalista e contrasta com a parte inferior, em que as ondulações da piscina são representadas de forma artificial, próxima ao design publicitário. Para o crítico Norbert Wolf, há um desequilíbrio na composição, ele acha que as linhas que simbolizam a ondulação da piscina como que oprimem o espaço já reduzido do banhista. A aparente liberdade hedonista do american way of life revelar-se-ia como uma prisão. De fato, olhadas com cuidado, as ondulações podem ser vistas como grades.
David Hockney é inglês e além de pintor é também desenhista, gráfico, fotógrafo e escritor.