“O sonho expressa um desejo não reprimido, segundo Freud, um desejo reprimido ou ainda um desejo mal reprimido, mal disfarçado: ‘Este último sonho vem sempre acompanhado de uma sensação de angústia que o força a interromper-se’. O trabalho de dissimulação exime aquele que dorme. Proust registra com frequência essa sensação de angústia: porque o sonho se torna a expressão ‘de um antigo desejo não realizado e há muito tempo reprimido’. Swann sente, por duas vezes, ‘palpitações no coração, um sofrimento, uma náusea inexplicável’. Jean Santeuil também.”
TADIÉ, Jean-Yves. O lago desconhecido: Entre Proust e Freud. Porto Alegre: L&PM, 2017. p.33.