HOBSBAWM algumas diferenças entre as tradições comunitárias antigas e inventadas
In: HOBSBAWM,E. & RANGER,T. (Orgs.) A invenção das tradições. Rio de Janeiro:Paz e Terra,1984. páginas 18-19.
-
“embora os ritos de passagem sejam normalmente marcados nas tradições de grupos isolados (iniciação, promoção, afastamento e morte), isso nem sempre aconteceu com aqueles criados para pseudocomunidades globalizantes (como as nações e os países), provavelmente porque estas comunidades enfatizavam seu caráter eterno e imutável – pelo menos, desde a fundação da comunidade. No entanto, os novos regimes políticos e movimentos inovadores podiam encontrar equivalentes seus para os ritos tradicionais de passagem associados à religião (casamento civil e funerais).”
ii. “Pode-se observar uma nítida diferença entre as práticas antigas e as inventadas.
As primeiras eram práticas sociais específicas e altamente coercitivas, enquanto as últimas tendiam a ser
bastante gerais e vagas quanto à natureza dos valores, direitos e obrigações que procuravam inculcar nos membros de um determinado grupo: ‘patriotismo’, ‘lealdade’, ‘dever’, ‘as regras do jogo’, ‘o espírito escolar’, e assim por diante.”
Mas
“embora o conteúdo do patriotismo britânico ou norte-americano fosse evidentemente mal definido, mesmo que geralmente especificado em comentários associados a ocasiões rituais,
as práticas que o simbolizavam eram praticamente compulsórias –
como, por exemplo, o levantar-se para cantar o hino nacional na Grã-Bretanha,
o hasteamento da bandeira nas escolas norte-americanas.”