Às vezes é necessário inventar novos acessórios ou linguagens ou ampliar o velho vocabulário simbólico
“Naturalmente, muitas instituições políticas, movimentos ideológicos e grupos – inclusive o nacionalismo – sem antecessores tornaram necessária a invenção de uma continuidade histórica, por exemplo, através da criação de um passado antigo que extrapole a continuidade histórica real seja pela lenda (Boadicéia, Vercingetórix, Armínio, o Querusco) ou pela invenção (Ossian, manuscritos medievais tchecos). Também é óbvio que símbolos e acessórios inteiramente novos foram criados como parte de movimentos e Estados nacionais, tais como
o hino nacional (dos quais o britânico, feito em 1740, parece ser o mais antigo),
a bandeira nacional (ainda bastante influenciada pela bandeira tricolor da Revolução Francesa, criada no período de 1790 a 1794),
ou a personificação da ‘Nação’ por meio de símbolos ou imagens oficiais, como Marianne ou Germânia,
ou não-oficiais, como os estereótipos de cartum John Bull, o magro Tio Sam inque, ou o ‘Michel’ alemão.”
In: HOBSBAWM,E. & RANGER,T. (Orgs.) A invenção das tradições. Rio de Janeiro:Paz e Terra,1984. página 15.