Óleo sobre madeira, 135 x 90 cm – El Escorial (Espanha), Mosteiro de São Lourenço

Pouco se sabe acerca da vida de Hieronymus Bosch, que não deixou diários nem cartas. Sabemos que nasceu numa próspera cidade holandesa e que provavelmente aprendeu a pintar com seu pai e seu tio. Pertenceu a uma ordem religiosa e se casou. Provavelmente não saiu da cidade natal ou viajou muito pouco. O que interessa mesmo é a sua obra, extremamente perturbadora, delirante e alucinatória. Muitas pinturas de Bosch não abrem mão do monstruoso e do grotesco.

Nesta pintura, feita sobre madeira, ao centro temos um homem, que parece cansado ou desalentado. Está em viagem carregando uma cesta nas costas e com um cajado nas mãos indo pela estrada na direção de uma pequena ponte. Há quem identifique esta cena à figura do Louco, o 22o. arcano maior do tarô, associado à inconsciência e à penitência. Mas também é um símbolo da preparação para a vida.

À esquerda temos a violência: um assalto. À direita, o amor e a alegria: um casal que dança ao som da gaita de fole, associada ao prazer e à luxúria. O Louco, simboliza o caminho de pecados e perversões que caracteriza a jornada humana. Ao fundo, para finalizar de maneira trágica, simbolizando os perigos, temos uma forca no alto de uma pequena elevação.