PARA LER PROUST 3 – O MUNDO EM QUE PROUST VIVEU
Proust nasceu em 1871, exatamente no início do período chamado Belle Époque, grosso modo os trinta anos que anteceram a eclosão da Grande Guerra (1914-1918), depois chamada de Primeira Guerra Mundial em 1914. O historiador inglês Eric Hobsbawm chama a nossa atenção para o caráter saudosista do termo Belle Époque, cunhado posteriormente pelas classes médias e altas, que sentiam falta do tempo em que seu domínio era incontestável. É por isso que o próprio Hobsbawm considera que o longo século XIX só terminou em 1914, só ali se deu a grande ruptura. Proust morre em 1922, quatro anos após o término da Grande Guerra.
Em busca do tempo perdido tem suas últimas cenas em 1919, um ano depois do término do conflito. A Europa foi destroçada pelo conflito. As tecnologias militares, explosivos, metralhadoras, armas químicas, antes utilizadas para estabelecer o domínio nas colônias, agora foram utilizadas pelas nações européias contra europeus. Dos sessenta milhões de soldados europeus que participaram da guerra, 8 milhões foram mortos, 7 milhões ficaram incapacitados e 15 milhões gravemente feridos. As baixas entre os civis chegaram a 6 milhões. A Alemanha perdeu 15,1% da sua população masculina ativa, a França de Proust, 10,5%.
Nem a Europa nem o planeta serão os mesmos depois de 1914. O término do conflito marca também o fim do domínio da Europa ocidental sobre o mundo, com a ascensão definitiva dos Estados Unidos, a presença de um novo polo de poder (Revolução Russa), a presença cada vez mais forte da classe trabalhadora reunida em sindicatos, o triunfo progressivo da luta das mulheres pelo direito de voto, diversos movimentos artísticos revolucionários e contestadores (na arte, na literatura, na música), entre outras transformações.
A Grande Guerra, todavia, é o onde o mundo de Proust termina. O mundo em que ele vive é outro. É o mundo em que a aristocracia dá os seus últimos suspiros, sendo aos poucos engolida e superada pela burguesia (ele vai mostrar como elas se mesclam e como através do casamento a burguesia captura o capital simbólico da nobreza). É um mundo autoconfiante, de crença total no liberalismo econômico, na democracia representativa, nas verdades objetivas da ciência (positivismo) e no progresso. É um mundo onde há uma enorme concentração de riqueza, sem dúvida proveniente também da exploração das colônias: a França chegou a ter vinte e três, vinte delas na África. A Europa abriu caminho para seu domínio nas colônias a ferro-e-fogo, aquilo que Hobsbawm chama de “diplomacia da canhoneira”. Esse capitalismo capaz de estender seus tentáculos por todo o mundo, também se modificou: é dominado por grandes organizações empresariais ou sociedades anônimas, de propriedade de acionistas e não mais na mão de famílias.
É uma sociedade marcada pela separação estrita entre as classes, algo que Proust mostra e às vezes comenta diretamente, comparando ainda no volume 1 a um sistema de castas. É o mundo dos vestidos super-elaborados das mulheres, dos fraques e cartolas dos homens, dos salões que competem entre si por prestígio, dos passeios de carruagem e depois de carro para ver e ser visto. Das confeitarias requintadas, dos restaurantes luxuosos e do auge da ópera, arte por excelência desse mundo triunfante da burguesia liberal, onde os mais ricos iam menos para ver do que para conversar e serem vistos. Hobsbawm chama a ópera de “catedral da cultura burguesa” e podemos perceber o avanço da burguesia no mundo pela construção de óperas (em Manaus e no Rio, por exemplo, com os respectivos Teatros Municipais). É o mundo da miríade de empregados e empregadas cercando os ricos feito uma nuvem de servidores. A classe mais rica era totalmente ociosa, voltada para o consumo e a ostentação do mesmo, necessária à manutenção do seu status. Isso fica amplamente demonstrado e é descrito com detalhes minuciosos por Proust no Em busca do tempo perdido. Não é à toa que neste período surjam na França, na América e na Grã-Bretanha, as primeiras lojas de departamentos. Comprar, para essa classe, era uma forma de lazer.
Em 1880 já havia quatro cidades européias com mais de um milhão de habitantes: além de Paris, Londres, Berlim e Viena. Em seis países da Europa mais da metade da população vivia em cidades: França, Bélgica, Grã-Bretanha, Alemanha, Holanda e Suíça. A desigualdade era profunda: na França de 1870 os ricos representavam somente 3,5% da população, a classe média 13-14% e a classe trabalhadora 82-83% do total. Mesmo assim, é inegável que tenha ocorrido uma melhora nas condições de vida, refletida no aumento da estatura das novas gerações a partir de 1880, momento no qual a expectativa de vida ainda era muito baixa: por volta de 43-45 anos nas regiões desenvolvidas (Bélgica, Grã-Bretanha, França, Massachussets, Holanda e Suiça). A alfabetização também se expandia e consequentemente a circulação dos jornais: em 1880 vendiam-se 186 milhões de exemplares de jornais e revistas nos Estados Unidos.
É também um mundo que assiste a grandes transformações na vida cotidiana provenientes de uma enxurrada constante de invenções: o apartamento dos pais de Proust tinha gás canalizado, aquecimento central (com uso de carvão) e elevador. Invenções absolutamente revolucionárias como o telefone, automóvel e o avião passaram a ser utilizadas e crescentemente adotadas neste período. Portanto, o mundo de Proust é ambíguo: fortemente apoiado em tradições seculares (da nobreza por exemplo) mas em vias de ser completamente transformado. Hobsbawm, novamente, chama atenção para três grandes inovações que dominaram o período: “a indústria publicitária em sua versão moderna, os modernos jornais e revistas de circulação de massa (…) a fotografia em movimento ou filme.” É curioso que logo nas primeiras páginas o narrador apareça, ainda criança, manipulando uma lanterna mágica, um precursor arcaico do cinema. Nos transportes, a mudança foi avassaladora: a ferrovia e a navegação a vapor haviam reduzido as viagens intercontinentais a uma questão de semanas, quando antes demoravam meses. Era um mundo muito mais interligado e continuamente percorrido do que antes. Com o telégrafo elétrico, a transmissão de informações através do mundo demorava apenas algumas horas. Novas fontes energéticas, como a energia elétrica (e com ela a lâmpada elétrica) e o petróleo, ainda não eram significativas mas começavam a ficar viáveis.
A Paris de Proust é assim descrita por Edmund White (p. 20):
“Proust cresceu na Paris recentemente construída pelo Barão Haussmann, o planejador urbano chefe de Napoleão III – um mundo burguês espaçoso, de bulevares largos irradiando-se a partir do Arco do Triunfo e dos Champs Elisées, uma rede de ruas arborizadas com fachadas idênticas e apartamentos de sete andares construídos com uma rocha clara e balcões de ferro ornamentado. Dentro, os apartamentos eram grandes, com enormes salas de estar, piso de parquet, teto de gesso decorado, lareiras de mármore branco, minúsculos aposentos para os criados e todos os confortos modernos.”
Continua:
“Essa era a Paris (…) de quiosques de jornais e colunas Morris (onde se colavam os cartazes de teatro [onde Proust ia de manhã saber das novas peças antes mesmo de poder frequentá-las]); de ônibus (veículos públicos de tração animal) e vespasiennes (urinóis públicos decorados, ocasionalmente local de encontro de homossexuais). (…) Esta é a Paris em que mulheres aristocratas usando diamantes e plumas de ostras e homens de cartola e fraque percorriam as ruas à noite em elegantes carruagens para ir a bailes ou jantares privados. Em recepções, havia um criado para cada três convidados – e os criados tinham que ter pelo menos um metro e setenta e sete. (Os Prousts, de classe média alta, mantinham em casa um mordomo, uma criada de quarto e um cozinheiro). Nas casas dos ricos e aristocratas, o confortável lado dos quartos da família era rigidamente separado dos formais quartos de recepção. Os homens desta classe fumavam charutos com anéis de papel personalizados e suas camisas eram lavadas e passadas em Londres. Os ricos iam à ópera, onde chegavam tarde e saíam cedo, permanecendo apenas o suficiente durante o terceiro ato para visitar seus amigos nos camarotes, para verem e serem vistos, e para ver o balé (algumas das bailarinas eram sustentadas pelos fashionable membros masculinos do exclusivo Jockey Club). Esta era a Paris do Bois de Boulogne, o vasto parque a oeste de Paris onde as mulheres ricas, parte da sociedade e do demimonde, eram lentamente carregadas nas suas carruagens nas estradas sombreadas, well-sanded e well-watered recebendo saudações e nods de homens a cavalo ou à pé. Esta era a Paris dos impressionistas, de jardins bem-cuidados e crianças brincando de stick and hoop (espécie de bambolê na vertical movimentado por uma madeira). Mas era também a Paris da Torre Eiffel, recentemente construída e muito criticada, de estações de trem com tetos de vidro e metal, de grandes financistas especulando em torno do próximo boom de construção que aconteceria depois de destruir um bairro pobre para abrir caminho para o sistema crescente dos bulevares. Esta era a Paris dos mascates vendendo louças e ervas de porta em porta, de vagões de leite ou gelo cavando clientes ao amanhecer, de fotógrafos profissionais, de dandys comendo ostras em brasseries abertas na rua, de floristas caros como Lachaume e Lemaître, de finos confeiteiros como Rebattet e Bourbonneux, de cafés chics como o le café Anglais, le café de la Paix, Weber e Larue (onde Proust jovem adulto geralmente jantava, normalmente sozinho). Essa é a Paris em que uma dona de casa de classe média tinha ao menos uma servidora e onde as damas eram tão extravagantemente enfeitadas pelos primeiros costureiros (Worth, Redfern) que pareciam ser criaturas de uma outra espécie, colocadas à parte em relação às mulheres normais. Essa é a Paris que tinha enriquecido graças às suas colônias no Extremo Oriente e África; e se ela era a condensação do luxo, era porque havia sugado o mundo para pagar por seus excessos.”
Era de se esperar um otimismo exacerbado, pelo menos em meio à classe dominante, que colhia a maior parte dos frutos do sistema. Como afirma Hobsbawm (p. 55):
“Na França, nenhum político sensato em campanha e nenhum partido significativo se definiam como ‘conservadores’; nos Estados Unidos, o ‘progresso’ era uma ideologia nacional; até na Alemanha – o terceiro grande país a adotar o sufrágio universal masculino em 1870 – os partidos que se diziam ‘conservadores’ receberam menos de um quarto dos votos nas eleições gerais daquela década.”
A ideia de progresso, todavia, estava articulada a uma firme crença na ideia de raça e da superioridade da raça branca, o que justificava o domínio e a exploração impiedosa dos povos colonizados na África e na Ásia. As Exposições Mundiais, verdadeiras celebrações internacionais do progresso, tinham stands sobre as inovações tecnológicas, enquanto as raças inferiores compareciam na forma de “aldeias”, com a presença de nativos, que supostamente deveriam viver suas vidas diante da plateia de europeus que contemplava aquelas formas exóticas de cultura e de expressão da humanidade. Isso ocorreu sem o menor problema até a década de 1920. Mesmo no interior de seus próprios países, a burguesia acreditava na sua superioridade diante de massas indolentes e propícias à criminalidade, vide as pesquisas de Lombroso e a crença nas chamadas “classes perigosas”.
Antes de 1914, as mulheres só votavam na Austrália, Nova Zelândia, Finlândia, Noruega e em vários estados dos Estados Unidos. Não havia ainda movimentos de massa pelo voto feminino a não ser na Inglaterra (o foco mais ativo) e nos Estados Unidos. No mundo das classes altas retratado por Proust, entretanto, a liberdade sexual, heterodoxa ou ortodoxa, parecia ser mais aceita, guardando as aparências, é claro. Mas em Proust esta relativa liberdade não parece estar associada ou fazer parte de um projeto de transformação social. Muito mais impactante para a sociedade será a ida em massa das mulheres para as fábricas em substituição aos homens agora no front. Até mesmo formas antes barradas às mulheres, como o futebol, verão uma intensa participação feminina, com a formação de equipes e disputa inclusive de partidas internacionais. Ou seja, nesse campo, a revolução foi feita pelas operárias e não pelas aristocratas.
Foi esfera artística, sobretudo na literatura e na arte, que foi percebida a fragilidade daquele mundo da burguesia literal, as suas contradições, as suas perversões, as suas mentiras. Tomemos a pintura impressionista, por exemplo. Vale lembrar que o rótulo “impressionistas” foi dado inicialmente por um crítico que queria ridicularizar o movimento e depois adotado por um grupo de artistas que teve a sua participação negada em uma grande exposição. Hoje os modernistas são cool e modernos, mas de primeira eram vistos como marginais no mundo artístico.
Os “impressionistas”, dentre eles Monet, pretendiam capturar luz e cor em movimento, daí os traços mais rápidos de suas composições que não pretendiam representar fielmente a realidade e sim cristalizar a fugacidade do tempo. O poeta Mallarmé faz um paralelo entre esta nova geração de pintores e as novas ideias radicais e democráticas na política. O escritor socialista Émile Zola também era entusiasta do grupo, que ele chamava de “atualistas”, pelo fato de tomarem como tema questões daquele tempo, como os centros urbanos, por exemplo.
O historiador da arte E.H. Goombrich, em sua The Story of Art, assinala que dois fatores influenciaram fortemente os impressionistas. O primeiro teria sido o surgimento da fotografia. Agora não cabia mais ao pintor copiar a realidade, já que a fotografia fazia isso com maior perfeição. A arte das gravuras japonesas, voltados para temas bastante prosaicos, também teria servido de inspiração aos pintores do movimento, estimulando-os a abandonarem as temáticas “clássicas”.
Um bom exemplo é o quadro “A Estação de Saint-Lazare”, de 1877. Alguns críticos chegam a dizer que a estação ferroviária é representada como se fosse uma catedral moderna, numa espécie de celebração do movimento e da modernidade, tendo a máquina, no caso, o trem, bem ao centro. Notem que ele reforça a sensação de harmonia fazendo com que a fumaça da locomotiva seja azulada, fundindo-se ao céu. Como se dissesse: essa é a nova paisagem.
Claro que não era a intenção de Monet, mas não resisto a pensar, diante dessa nova realidade “esfumaçada”, marcada pela mudança, na frase de Marx no Manifesto Comunista (1848) “Tudo o que é sólido desmancha no ar”. Estaria ele também apontando para a fugacidade do progresso?
Seja lá como for, Monet põe em cheque a representação realista, típica da crença no positivismo e em uma realidade clara e una, indubitável e incontestável. De uma representação objetiva se passa para uma representação subjetiva. O potencial subversivo desta forma de expressão artística é enorme, pois representa um ataque frontal à ideia de verdade. Uma verdade que, à época, tinha dono: a burguesia.
A mesma coisa ocorre com Proust. Ele não se contenta em descrever em detalhes o mundo burguês e aristocrático e a progressiva fusão dos dois. Uma das primeiras cenas do livro, já mencionada aqui, é a do narrador, ainda criança, brincando com uma lanterna mágica, instrumento que ao projetar a luz sobre um quadro de vidro pintado, exibia na parede ou em um lençol desenhos que, com a sucessão dos quadros, contavam uma história. Pois bem, o narrador está manipulando os quadros que contam uma história muito antiga, dos primeiros tempos da França medieval. É a história de uma princesa injustamente acusada pelo homem que, na verdade, tentara estuprá-la. Ao fim e ao cabo, a verdade é descoberta e ela volta ilesa para casa. Proust, como outros grandes autores, não escreve cenas à toa. Nesta cena, o imaginário do narrador-criança é totalmente fascinado pela nobreza e a moral da história é clara: triunfa o bem, triunfa a inocência, triunfa a verdade.
Voltemos ao mecanismo da lanterna mágica. A luz que vem de trás aumenta as figuras, projetando-as na parede ou no lençol com um tamanho bem maior do que o seu tamanho real, ou seja, são ilusões. Da mesma forma, para aquela criança, o mundo aristocrático era perfeito e imenso, despertava um enorme fascínio. De certa forma, o livro todo é sobre a desilusão do adulto em relação àquela ideia de perfeição aristocrática. O tempo será amigo e inimigo do narrador. Inimigo ao destruir suas idealizações, sonhos e expectativas. Amigo pois irá revelar a verdadeira face das coisas e das pessoas. Da mesma forma que num quadro impressionista, a verdade não existe objetivamente, ela tem que ser construída, podemos dizer pintada, pela reflexão empreendida subjetivamente. Lembrando que ainda no ensino médio Proust foi altamente influenciado por um professor de filosofia adepto do idealismo: Alphonse Darlu.
Sendo assim, para resumir, podemos dizer que Proust empreende um trabalho de desmontagem das classes dominantes, às quais pertencia, mas que denunciou da forma mais poderosa possível, mergulhando profundamente neste mundo para apontar o seu caráter vazio e perverso, sem falar nas transformações que iriam levar ao desaparecimento daquela forma de vida. Ouçamos Walter Benjamin, autor de um belíssimo artigo, intitulado “A imagem de Proust”. Ele começa por dizer que Proust soube ouvir os segredos do século XIX, descobriu suas contradições (p. 40):
“O que era antes dele uma simples época, desprovida de tensões, converteu-se num campo de forças, no qual surgiram as mais variadas correntes, representadas por autores subsequentes.”
Para Benjamin, Proust é um subversivo que destrói as máximas e preconceitos da alta sociedade:
“É evidente que os problemas dos indivíduos que serviram de modelo a Proust provêm de uma sociedade saturada, mas não são os problemas do autor. Estes são subversivos. Se fosse possível resumi-los numa fórmula, poderíamos dizer que seu foco é reconstruir toda a estrutura da alta sociedade sob a forma de uma fisiologia da tagarelice. Seu perigoso gênio cômico destrói, um a um, todas as máximas e preconceitos dessa sociedade.”
Melhor do que tudo, Proust usa a poderosa arma da comédia para literalmente desmoralizar as classes dominantes de acordo com Benjamin (p. 41)
“O lado subversivo da obra de Proust aparece aqui com toda a evidência. Mas não é tanto o humor, quanto a comédia, o verdadeiro centro da sua força; pelo riso, ele não suprime o mundo, mas o derruba no chão, correndo o risco de quebrá-lo em pedaços, diante dos quais ele é o primeiro a chorar. E o mundo se parte efetivamente em estilhaços: a unidade da família e da personalidade, a ética sexual e a honra estamental. As pretensões da burguesia são despedaçadas pelo riso. Sua fuga, em direção ao passado, sua reassimilação pela nobreza, é o tema sociológico do livro.”
Bibliografia:
BENJAMIN,Walter. “A imagem de Proust” In: Obras escolhidas – volume 1: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1987. 3. ed. pp. 36-49.
GOMBRICH, E.E. The Story of Art. London: Phaidon, 2006.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios (1875-1914). Rio de Janeiro/São Paulo: Paz & Terra, 2018.
WHITE, Edmund. Marcel Proust: a life. New York: Penguin, 1999.