“Na noite do mesmo dia [do castigo a Marcelino], nas estreitas macas do Minas Gerais, alguns negros marinheiros sussurram e deliberam sobre uma data. Será o dia 22 e não o dia 24, como marcado. Não se referiam, também, a uma festa. Neste dia os marujos da Marinha de Guerra brasileira tomariam em suas mãos o controle dos navios. Tratava-se, lembremo-nos, de uma das mais potentes esquadras do globo. Exigiriam, então, tratamento digno e humano. Se suas vozes não fossem escutadas, escutar-se-iam os canhões.”
MAESTRI Filho,Mário. 1910: a revolta dos marinheiros. São Paulo: Global, 1986. página 22.