Marcos ou pontos invariáveis da memória – Versus elementos variantes
“na maioria das memórias existem marcos ou pontos relativamente invariantes, imutáveis.” [quando se fazem histórias de vida] “em que os entrevistados voltam várias vezes aos mesmos acontecimentos, há nessas voltas a determinados períodos da vida, ou a certos fatos, algo de invariante. É como se, numa história de vida individual – mas isso acontece igualmente em memórias construídas coletivamente – houvesse elementos irredutíveis, em que o trabalho de solidificação da memória foi tão importante que impossibilitou a ocorrência de mudanças. Em certo sentido, determinado número de elementos tornam-se realidade, passam a fazer parte da própria essência da pessoa, muito embora outros tantos acontecimentos e fatos possam se modificar em função dos interlocutores, ou em função do movimento da fala.”
In: POLLAK,Michael. “Memória e identidade social”, Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.5, n.10,1992, pp.200-212. página 201.