CARTA À FALECIDA ESPOSA
Natureza e data do texto:
Os mortos eram respeitados e homenageados com oferendas para que não fossem tentados a voltar à terra e perseguir os vivos. Os vivos pediam a eles favores, a lembrança de algum fato esquecido ou mesmo justiça. Um gênero literário típico do Egito é a carta para uma pessoa morta como a que um funcionário escreveu para a esposa falecida:
“Que mal eu te fiz? O que eu fiz, que devesse esconder? Eu me casei com você quando era jovem. Eu a levei comigo em todos os empregos. Eu não descuidei de você, nem causei-lhe dor. Eu sempre agi de acordo com os seus desejos. Eu te dei presentes diversos. Eu tomei conta de você quando você estava doente. Eu chorei sobre o seu túmulo. Não, você não pode transformar o bem em mal.”
FONTE: MOSCATI,Sabatino. Civilizações do Mistério. Lisboa: Edições 70, 1979. p. 128.