/Industrialização e movimento operário na Primeira República – estatísticas

Industrialização e movimento operário na Primeira República – estatísticas

Industrialização e movimento operário na Primeira República – estatísticas

I. A IMPLANTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS

1850 – O Brasil contava com apenas 50 estabelecimentos industriais, aí incluídas várias salineiras; havia 2 fábricas de tecidos, 10 de produtos alimentares, 2 de caixas e caixões, 5 de pequena metalurgia e 7 de produtos químicos

1854 – Primeira ferrovia brasileira

1866 – Havia apenas 9 fábricas de tecidos em todo o Brasil (contra mais de 1000 nos EUA); nessa época a BA ainda era um centro têxtil importante; a primeira fábrica de tecidos fora implantada no Rio de Janeiro em 1819 e outra em Minas Gerais em 1824

1869 – 1a. fábrica de tecidos que utiliza máquinas a vapor; em Itu, SP

1875 – o número de fábricas de tecidos chega a 30 (em sua maior parte tecidos grosseiros e sacaria para embalar produtos agrícolas; os tecidos finos eram importados e não havia política protecionista)

1880-1884 – Fundados 150 estabelecimentos industriais (o que inclui pequenas oficinas e manufaturas)

1885 – 48 fábricas de tecido (MG:13; BA:12; RJ:11; SP:9; AL:1; PE:1; MA:1), sendo as do Rio de Janeiro as maiores

1885-1889 – fundados 248 estabelecimentos industriais

1889 – Havia 636 estabelecimentos industriais empregando 54.169 trabalhadores, o que representava apenas 0,4% da população brasileira

– nesta data, o Rio de Janeiro (DF) detinha 57% do capital industrial brasileiro, porcentagem que vai cair à metade em 30 anos com o crescimento da indústria paulista

– CAPITAL APLICADO NA INDÚSTRIA POR SETOR:

Têxtil: 60%;

Alimentícia: 15%;

Produtos Químicos e análogos: 10%;

Indústrias de madeiras: 4%;

Vestuário e toucador: 3,5%;

Metalurgia: 3%

1890-1895 – Fundam-se 425 estabelecimentos industriais

1907 – Havia 3.258 estabelecimentos industriais empregando 150.841 trabalhadores

1919 – Dados do censo industrial:

– PORCENTAGEM DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL POR SETOR:

Alimentícia: 30,7% ;

Têxtil: 29,3%;

Bebidas e cigarros: 6,3%;

Metalurgia e indústria mecânica: 4,7%;

Química: 2%

– PORCENTAGEM DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL POR ESTADO:

SP:31,5;

DF + Est. RJ: 28,2;

RS:11,1; PE:6,8; MG:5,6; PR:3,2; SC:1,9; Região Norte:1,3: GO + MT: 0,4%

1920 – Havia 13.336 estabelecimentos industriais empregando 275.512 trabalhadores, o que representava 1% da população brasileira

– Nesta época, no município de SP, as mulheres representavam 29% dos trabalhadores empregados em todos os ramos da indústria, e 58% dos trabalhadores do setor têxtil; no DF (Rio de Janeiro), as porcentagens eram menores: 27% do total e 39% no setor têxtil

– Dos 4.000 estabelecimentos da indústria de calçados, apenas 116 empregavam mais do que 12 pessoas.

– Mesmo passada a grande onda imigratória, os estrangeiros ainda representavam 51% dos trabalhadores industriais em SP e 35% no Rio de Janeiro.

Década de 1920 – Caracterizada pelo fraco crescimento industrial: 9,8% entre 1920-29 contra 24,3% do setor agrícola; de qualquer forma, na 2a. metade desta década a indústria de bens de capital começa a adquirir uma certa importância: indústrias siderúrgicas e de cimento e produção de vários tipos de máquinas (elevadores, dispositivos de pesagem, motores elétricos, máquinas têxteis, equipamentos de usinas de açúcar e peças de aço de locomotivas).

II. CAPITAL ESTRANGEIRO: DO DOMÍNIO INGLÊS AO NORTE-AMERICANO

Década de 1840 – quase metade do açúcar, metade do café e mais da metade do algodão eram exportados por firmas britânicas

1870 – uma única companhia inglesa, a Phipps Brothers & Co., exportava sozinha 13% do café (o qual representava à época 50,3% das nossas exportações, porcentagem que vai subir para 64,5 até o fim do s.XIX)

1880 – Havia 11 companhias inglesas de Estrada de Ferro no Brasil

1895 – Havia 25 companhias inglesas de Estrada de Ferro no Brasil

durante o s.XIX – das 22 maiores firmas mineradoras de ouro em MG, 14 eram inglesas, 1 francesa e 7 brasileiras

fim s.XIX – quase metade dos navios a vapor operando no Rio de Janeiro eram ingleses (os franceses eram 15%)

1904 – Organiza-se no Canadá, mas com capitais predominantemente ingleses, a Light & Power, que irá atuar no Rio de Janeiro, São Paulo e regiões circunvizinhas, detendo as empresas de gás, água, esgotos, luz e energia elétrica, transportes urbanos (bonde) e telefone;

1910 – Em São Paulo, dos 14 bancos existentes, a metade era de propriedade estrangeira, e detinham 70% dos ativos, dos empréstimos e dos descontos bancários

1913 – dentre as15 maiores casas exportadoras de Santos, apenas 2 eram brasileiras