A CRIAÇÃO DE ANIMAIS – BASE DA RIQUEZA DO OIKOS

Logo depois de chegar a Ítaca e de conversar com Palas Atena, que havia assumido a forma de uma mulher “bela e de grande estatura”, Odisseus (Ulisses) vai procurar o porqueiro Eumeu, “de todos os escravos o mais zeloso de quantos o divo Odisseu possuía”. Sem reconhecê-lo, Eumeu o acolhe com hospitalidade, passando em seguida a lamentar a dilapidação do tesouro de Ulisses por parte dos pretendentes. Em seguida passa a gabar-se dos bens antes pertencentes ao oikos do patrão:

“Ah! Sim, a sua vida era à grande: nenhum outro herói, nem em Ítaca nem no sombrio continente, tinha tantos recursos, vinte homens reunidos não chegariam para os ter. Vou enumerar-tos: no continente, doze rebanhos de vacas e outros tantos de carneiros, igual quantidade de varas de porcos e amplos rebanhos de cabras, que pastores ou hóspedes (1) pastoreiam. Aqui, ao todo, onze vastos rebanhos de cabras que pastam na lonjura, vigiadas por bravos.”

Odisséia, XIV- 96-104