/AS AVENTURAS DA Dra. Eu Ka Liptus – 25. Pichando Eukali

AS AVENTURAS DA Dra. Eu Ka Liptus – 25. Pichando Eukali

25. Pichando Eukali

 

Quando reuniram as duas gangues, Zou Negão e Stalin Émau MataUm MataGeral se sentiram os donos do mundo. Ou melhor, do submundinho universotário. Eles escolheram a calada da noite para agir, o próprio Zou Negão quisera assim:

 

– Não gosto de fazer nada às claras

 

Stalinho, também acostumado a conspirações de gabinete, ou melhor, de comuna, achou o plano excelente.

 

Começaram por pintar de branco todas as pichações anarco-burguesas do Cancrus, essas que falavam de liberdade, igualdade, fim dos privilégios. Porra, tá pensando que isso aqui é Revolução Francesa? Se bem que a gangue dos cinco manés admirasse a fase do terror e se amarrasse na guilhotina. Stalinho babava de raiva e prazer pensando numa guilhotina vermelha, bem no meio do Cancrus, ali onde hoje tem uma montanha de lixo e uma carcaça de avião (sabem aquele que nunca foi encontrado?).

 

Para ali ele levaria os traidores da revolução, todos aqueles que ousam discordar do Partido dos Traidores e sua política neo-Roubo Rude, roubar dos pobres via impostos escorchantes, redistribuir entre os políticos necessitados de Brasília, empreiteiras, empresas de ônibus em geral e depois dar as migalhinhas que sobram aos pobres de novo. Fora o grande condutor dos povos, Papaizinho Kula Kula, que desenvolvera este sistema, como aqueles infiéis ousavam discordar? Para lá levaria, por exemplo, todos os membros das chatas de oposição, que viviam apontando o dedo para eles, defensores da FoiLulaQueMeMandou, acusando-os de governistas e vendidos. Afinal, nunca haviam se vendido, eram apenas alugados por benesses várias. Se vender jamais. Vai que o Partido dos Traidores perde a eleição e como é que eles iriam arranjar outra boquinha? Hay gobierno, soy a favor…

 

Já Zou Negão, apesar da postura decidida que demonstrava diante de sua gangue, estava mesmo era de coração partido. Se ele pudesse voltar atrás… Quem sabe até tivesse coragem de peitar todo mundo e defender os sararás como parte da raça negra. Só queria ter a doce Eukali de novo. E sabia que a cada pichação mentirosa e vil o corpinho de Eukali se tornava mais distante dos seus braços fortes.

 

Depois de censurarem de branco todas as manifestações anteriores, mandaram brasa intra-muros:

 

– Eukali racista…

 

– Eukali cadela desavergonhada…

 

– Eukali porquinha imperialista…

 

– Eukali burguesinha safada

 

E por aí vai.

 

Claro, nada mais imaginativo, nenhuma das duas gangues tinha alguma inclinação artística, nem mesmo para escrever uma subliteratura de 5a. categoria como esta, mas mesmo assim, arte, porque algo criado e não mera repetição de chavões desgastados.

 

Sabiam, todavia, que aquilo não bastava, ficava restrito ao Cancrus e o Cancrus estava para o mundo assim como um grãzinho de areia está para a Praia de Copacabana. Se o que acontecia em Kud Omundo pouco interessava aos PhDeuses, a recíproca era muito verdadeira, Kud Omundo se lixava para o mundo universotário e seus estranhos rituais.

 

Por falar em estranhos rituais, vamos parar com as briguinhas por um tempo e focalizar este ambiente totalmente harmônico e pacífico existente no Departaminto de Sexologia, a pós-chateação…

 

Mas isto somente

 

nas próximas histórias do seu, do nosso, do vosso sensacional folhetim eletrônico-foicebukiano:

 

As aventuras da Dra. Eu Ka Liptus…

———————————————————————————-

OBSERVAÇÃO: Esta é uma obra FICCIONAL, inspirada em processos realmente existentes, mas não em pessoas. Semelhanças com pessoas reais são apenas coincidência, sem dúvida fruto da frequência com que determinadas coisas ocorrem nos ambientes retratados.