As Aventuras da Dra Eu Ka Liptus
027. Eukali levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima da carne seca
Era nesta terra de gigantes que a nossa antes doce Eukali pensava em buscar acolhida, para fugir da fúria daqueles que agora a perseguiam valendo-se de métodos espúrios, falácias, mentiras deslavadas e várias latas de spray para pichar as paredes do Cancrus.
Naqueles momentos difíceis em que o Kud Omundo todo parecia cair por cima dela, sem falar em Rei dos Pontos que tava dando em cima, nossa antes doce heroína não podia deixar de pensar nas aulas do dino Al Tivo. Ele era cheio de presepada, como já vimos. Vivia se afirmando um reles comedor de pão, reza a lenda que já havia até chorado em sala de aula umas duas ou três vezes em trinta anos, um recorde para o ambiente universotário. Uma das suas palhaçadas preferidas era colocar uns sambinhas em aula e tratá-los, veja só que audácia, como documentos históricos. Sem falar de menções à sua própria trajetória no departaminto, aquele dino era um sentimental incorrigível. Vivia lembrando o maior ensinamento que seu pai lhe dera, um bom baiano enigmático que não dava conselhos diretos, só na forma de músicas. Era um samba de um PhDeus em Biologia da USPiiii, sujeito admirável, que conseguia viver no Olimpo e ao mesmo tempo fazer música. Um tal de Paulo Vanzolini. Eukali, cercada de inimigos ou de mui amigos por todos os lados, não podia deixar de lembrar de Al Tivo cantando com aquela voz alquebrada enquanto batia seu pandeiro feijão com arroz:
Chorei,
não procurei esconder,
todos viram,
fingiram,
pena de mim,
não precisava,
ali onde eu chorei,
qualquer um chorava,
dar a volta por cima que eu dei,
quero ver quem dava
Um homem de moral
não fica no chão
nem quer que mulher
lhe venha dar a mão
Reconhece a queda
e não desanima
Levanta, sacode a poeira,
Dá a volta por cima…
– Levanta, Eukali, minha futura deusa, tá na hora de acordar
Era Rei dos Pontos, sempre atento, lembrando a nossa heroína que hoje era dia de branco, ela tinha que levantar cedo, não pra sacudir a poeira, mas sim para tirar o pé da lama fazendo sua inscrição na Pós-Chateação em Sexologia da UFFa…
Será que a nossa heroína conseguirá escapar das garras (nota da revisora: melhor tirar essas garras daí…) dos seus cruéis inimigos? Será que ela recompensará Rei dos Pontos, seu salvador incontestável, com seu amor? Será que vocês conseguirão ainda ler as quarenta e três histórias que faltam para o “The End”?
Tudo isto e muito mais, somente
nas próximas histórias do seu, do nosso, do vosso sensacional folhetim eletrônico-ex-foicebukiano:
As aventuras da Dra. Eu Ka Liptus…
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OBSERVAÇÃO: Esta é uma obra FICCIONAL, inspirada em processos realmente existentes, mas não em pessoas. Semelhanças com pessoas reais são apenas coincidência, sem dúvida fruto da frequência com que determinadas coisas ocorrem nos ambientes retratados.